Outro alguém.







Outro alguém

Foi difícil aceitar que aquilo estaria acontecendo novamente; um espaço de tempo mero, mas uma forma de interação grande e mútua. Foi o olhar cruzado seguido do puxar pelas mãos, do abraço suado e do sorriso safado que você pôs na boca antes de colocá-la na minha. Lembra?
Senti que seria como nos contos de fadas no início; você era o que eu buscava e eu idem a você! Era como encontrar ouro em meio a toda purpurina que estava despejada ali, aglomerada, grudada e de falso brilho dourado. Lembra?
Esperei ansiosamente por você até o dia seguinte, somente até saber que você também me esperara e tivera tomado a primeira atitude, o primeiro gesto, a primeira grande gentileza daquela casca áspera e bruta, grosseira e sensual. Lembra?
Desfiz meus planos, mudei os rumos a fim de encontrar com o teu; cruzar os caminhos, aumentar os encontros, permitir os prazeres. Lembra?
Cuidava de você como se estivesse prostrado diante de mim mesmo, dedicava carinho e atenção, zelo e mimos. Você foi a pessoa mais parecida comigo que eu já encontrei no caminho, e por isso, talvez, eu sentia tanta raiva e admiração por você. Lembra?
Eu queria mesmo era que você fosse só meu e só pra mim, enquanto você tentava me mudar, me melhorar ao seu ponto de vista, me ensinar como vivia a sua vida e como encarava, ultimamente, essa sentimentalidade de estar junto, essa proposta indecente de ser d’outro, de abandonar a liberdade; pra você a liberdade já era prevista enquanto juntos, mas eu ainda não era capaz de entende-la. Naquele tempo. Lembra?
Passaram-se pessoas e meses desde que não me despedi de você antes de cruzar sua frente com toda a raiva daquela noite, de desligar o telefone por dias e de nunca mais poder beijá-lo denovo. Lembra?
E ainda assim não esquecer de nada que vivemos; por não conseguir e não por não querer.
Fez cinco meses desde este seu último relacionamento que vem dado certo; vez ou outra eu me permito vasculhar a sua privacidade e invejar, de forma branda, a felicidade que ele lhe proporciona. Não dói mais ver as fotos de vocês e o sorriso que expões nas fotos, diferente daqueles que você dedicava quando as tirava comigo... Sinto dizer que os nossos sorrisos pareciam mais completos, mais inteiros; eram daqueles sorrisos espontâneos que enfeiam a fotografia, fecham os olhos automaticamente, e aquecem o coração.
E mesmo que não pareça externamente, algo me dá plena certeza que aí dentro, bem guardado, você remói este sentimento, misturado às mágoas. Sentimento este que é impossível de não ser lembrado.
Eu sei que você também lembra...


0 comentários:

Postar um comentário

~~ Seja BEM-VINDO(A) ~~

O Deco, O Dé, O Gui, O Sonhadorzinho.

Minha foto
Simplismenet um SER NORMAL, diferente do comum e mais ESPECIAL do que você possa imaginar! Corpo de HOMEM, jeitinho de moleque, amando sempre, tentando sempre... aprendendo cada vez mais a dar valor a VIDA! Ser feliz é o que me importa agora... se quizer vires comigo, seja bem-vindo... traremos felicidade um ao outro! Guï

Sonhadorzinho

Sonhadorzinho
Uma boa leitura, um momento de frescura pra uma vida dura.

Meu.

É meu, para mim! Quando escrevo, escrevo de mim para eu mesmo, expondo as vontades e dores que tenho na minha individualidade, sem necessidade de explanação, só como uma forma de retirá-los de dentro de mim, sem ter de esquecê-los no tempo. Guardo aqui, os momentos que chorei e sofri, e até os que sorri, para se precisar, lembrar. Principalmente, lembrar o porque de eu não querer mais, sequer, lembrar.

Translate